CATEDRAL SANTA TERESA

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07/01/2023

Qual estrela tu segues na vida?

"Os Magos nos ensinam a não termos medo de nos colocar a caminho, para irmos ao encontro do Senhor, mesmo se, às vezes, temos que mudar de direção, percorrendo uma longa e fatigante jornada de conversão"

Qual estrela tu segues na vida?

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Traçar um projeto de mudança de vida requer uma certa dose de disciplina, de autoconfiança e perseverança. Mesmo correndo o risco de ver esmorecer o ardor dos primeiros passos ou dos primeiros dias, a esperança de poder ver o esplendor da luz da conquista e da vitória no horizonte de cada amanhecer, ou do entardecer, vai alimentar as tuas forças, ajudando-te a perseverar na caminhada.

As Sagradas Escrituras falam que os Magos do Oriente vieram até Jerusalém, para encontrar o rei dos judeus que acabava de nascer. Percorreram um longo caminho para adorá-lo, seguindo uma estrela (Mt 2,1-2). A estrela que iluminou o caminho percorrido pelos Magos não foi percebida em Jerusalém. Os Magos eram homens que buscavam com sinceridade a luz da verdade, a luz do mundo, Cristo Jesus, deixando de lado a luz das vaidades, que dominava a vida de Herodes, impedindo-o de ver, contemplar e adorar a verdadeira Luz.

Os Magos nos ensinam a não termos medo de nos colocar a caminho, para irmos ao encontro do Senhor, mesmo se, às vezes, temos que mudar de direção, percorrendo uma longa e fatigante jornada de conversão, para podermos chegar ao objetivo.

Destes homens sábios que souberam conservar a simplicidade de uma criança, manifestada no encontro com “a criança”, podemos aprender a percorrer um caminho de discípulos, que se alegram pela presença e pelo encontro com o Mestre, na Manjedoura, na Cruz e na Eucaristia. 

A viagem mais difícil para muitos, talvez não seja aquela de atravessar as escaldantes areias dos desertos para encontrar a “Luz”, mas enfrentar a viagem interior, o caminho que passa pelo coração, seguindo a estrela que brilha através do amor-compaixão.

Creio que a Festa do Batismo de Jesus, que encerra as celebrações do Natal, pode ser também um momento oportuno para recordarmos os compromissos do nosso batismo. Através dele, renascemos em nome da Santíssima Trindade, como filhos e filhas de Deus, e somos acolhidos na Igreja, comunidade de fé. Acolhidos não por acaso, mas para vivermos uma missão, a de testemunharmos Jesus Cristo.

Penso que no mundo temos muitos meios e modos de testemunhar a nossa fé no dia-a-dia na família, na escola, no local de trabalho, participando nas celebrações da comunidade ou nos colocando a serviço do Senhor nos vários ministérios, tão necessários para o fortalecimento da comunhão e o cultivo da vida de fé nas comunidades. Quando nos dispomos a servir o Senhor, saímos do nosso isolamento, e deixamos a indiferença de lado, para dar um novo sentido à nossa vida.

A graça de poder servir a Deus e aos irmãos, através dos ministérios na comunidade e na ação missionária, pode também ajudar a despertar nos jovens a vocação, o sentido da corresponsabilidade e do compromisso em relação à vida e às fragilidades e feridas, que atingem uma grande parcela do nosso povo. “Aquilo que os olhos não veem o coração não sente”. Jesus viu o sofrimento do povo, encontrando-o ao longo do caminho.

 

+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul

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