CATEDRAL SANTA TERESA

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12/08/2023

“Família, fonte de vocações!”

"Percorrer um caminho juntos, mesmo se difícil, pode ser uma oportunidade para se apreciar melhor o que se tem e quem está ao nosso lado. Com os olhos do amor e do coração, podemos ver valores e qualidades que nunca tínhamos percebido"

“Família, fonte de vocações!”

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! É com alegria e espírito de gratidão que celebramos, no segundo Domingo de do mês de agosto, Mês Vocacional, o dia dos pais, e iniciamos a Semana Nacional da Família, que este ano tem como tema: “Família, fonte de vocações”, e o lema: “Corações ardentes, pés a caminho”. Essa passagem bíblica do Evangelho de São Lucas (cf. Lc 24,32-33) nos remete ao nosso compromisso missionário, de batizados e discípulos do Senhor Jesus.

Como Igreja, comunidade fé, que se coloca em oração e à escuta de Deus, com o coração aberto para acolher o sopro do Espírito Santo, estamos celebrando o 3º Ano Vocacional no Brasil. É um tempo propício à oração e à reflexão, para que, guiados pelo Espírito, possamos abraçar o trabalho vocacional, do despertar e promover as vocações, para servir o Senhor, servindo à Igreja, Povo de Deus. É um trabalho pastoral que deve envolver também as famílias, tendo presente que cada família deve proporcionar um ambiente favorável, para que seus membros possam descobrir, à luz da Palavra de Deus e dos dons recebidos, o chamado de Deus no íntimo do seu coração.  

Podemos dizer que o dom da vocação à vida matrimonial contempla a dimensão de ser pai, de ser mãe, e a construção de uma família, em nome de um amor divino e humano. A exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia, do Papa Francisco, reflete sobre o amor no matrimônio e na família. Não sobre a palavra “amor”, que é seguidamente mencionada de forma desfigurada, faltando o sentido da presença de Deus, da partilha e do cuidado da vida da pessoa amada.

O amor não exige que o outro seja perfeito para aceitá-lo, mas “possui sempre o sentido de profunda compaixão, que leva a aceitar o outro como parte da minha vida e deste mundo, mesmo quando age de modo diferente daquilo que eu desejaria. Na vida familiar, não pode reinar a lógica do domínio de uns sobre os outros, nem a competição para ver quem é mais poderoso, porque esta lógica acaba com o amor e destrói a serenidade na vida familiar.

Depois do amor que nos une a Deus, o amor conjugal é a “amizade maior”, nos lembra Santo Tomás de Aquino. É uma união que tem todas as características duma boa amizade: busca o bem do outro, reciprocidade, intimidade, ternura e estabilidade. Mas também é capaz de superar os desafios, não tem medo de lutar, renascer, reinventar-se e recomeçar sempre de novo para estar ao lado da pessoa amada. Percorrer um caminho juntos, mesmo se difícil, pode ser uma oportunidade para se apreciar melhor o que se tem e quem está ao nosso lado. Com os olhos do amor e do coração, podemos ver valores e qualidades que nunca tínhamos percebido na pessoa que está ao nosso lado, caminhando conosco, nos momentos alegres e difíceis da nossa vida.

 

+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul

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