Dia Mundial das Missões
"Quando entendermos que cada um de nós é chamado pelo Senhor Jesus para ser seu missionário, não teremos mais medo nem vergonha de anunciar Jesus para a nossa família, na comunidade onde participamos e no local onde trabalhamos"
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Existem tantas maneiras de sermos missionários do Senhor Jesus. Podemos responder ao chamado vocacional, nos consagrando como religiosas e religiosos, ou nos Institutos de Vida Secular, dedicando-nos ao anúncio do Evangelho, através do testemunho de vida, com palavras e obras, segundo o carisma específico de cada Congregação ou Instituto. Podemos ser missionários como sacerdotes e diáconos, na missão junto ao povo de Deus, nas comunidades onde atuamos. Mas em força do batismo que recebemos, existe um compromisso missionário com o Senhor Jesus e com o Reino de Deus, do qual ninguém está dispensado: testemunhar com fé, esperança e obras de caridade, o rosto da misericórdia do Pai.
Como missionários do Senhor, devemos dizer aos homens e mulheres de hoje, e continuar a repeti-lo, que “a chave, o centro e o fim da história humana” encontram-se em Cristo, nosso Senhor e Mestre (Gaudium et Spes, 10). Devemos dizer-lhes que isso é verdadeiro, não só para os que crêem, mas aplica-se a todos os homens, pelos quais Cristo morreu e cuja vocação última é corresponder ao plano de Deus, de “recapitular tudo em Cristo, tudo o que existe no céu e na terra” (Ef 1,10).
“Não no envergonhamos do Evangelho” (Rm 1,16), se assim o fizermos, estaremos nos envergonhando do próprio Cristo, que na cruz derramou seu sangue e entregou a vida por amor a cada um de nós. Neste terceiro milênio, os cristãos leigos e leigas são chamados a serem sal da terra e luz do mundo, na Igreja e na sociedade, através de uma participação mais ativa e comprometida com o Evangelho, anunciando pelo testemunho de vida os ensinamentos de Jesus. Estes dão sentido ao nosso existir e são sinais de esperança para uma sociedade carente de amor, de esperança, de ética, de valores espirituais e morais. Quando os valores do Evangelho fazem parte da minha vida, então assumo o compromisso de ser missionário ou de contribuir com as missões, não como um peso, mas como parte do meu compromisso com a minha fé, com o Senhor Jesus.
O Papa Francisco tem reiterado o convite para sermos “uma Igreja em saída”, ou seja, uma Igreja missionária. A missão de anunciar o Reino de Deus e a sua justiça está ainda muito associada aos missionários e missionárias que partiam para outros lugares, para fazer o primeiro anúncio do Evangelho. A Igreja será sempre grata a tantos homens e mulheres que abraçaram a causa do Reino e por ela entregaram e continuam entregando a vida. Mas a Igreja não pode viver a missão que lhe foi confiada pelo Senhor Jesus, se deixar de ser missionária na família e nas comunidades.
Precisamos nos educar e reeducar para a missão. Quando entendermos que cada um de nós é chamado pelo Senhor Jesus para ser seu missionário ou missionária, não teremos mais medo nem vergonha de anunciar Jesus para a nossa família, na comunidade onde participamos e no local onde trabalhamos. “Conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (DAp 29).
+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul